Sobre mim

Deitar e olhar para as nuvens até identificar algo figurativo, brincar na terra embaixo da casa ou comidinha fazendo bolos de barro, usando potes de margarina descartados (mas limpos) e decorando-os com capins e flores que eu colhia no pátio. Eram assim as minhas tarde, foi assim a minha infância. Para a ausência do sal da água do mar, estavam presentes a alegria e muita imaginação. Para ausência de um brinquedo da moda, aprendemos a andar de bicicleta, a jogar caçador, brincar de esconde-esconde, tomar banho de chuva, comer lentilha e fazer pedidos para o ano novo. 

Neste contexto foi que eu cresci, essas são as memórias que fizeram com que mais tarde, já na Universidade eu pudesse acessá-lo e fazer dele o meu repertório pessoal de recursos poéticos para desenvolver minhas proposições. 

Na graduação, iniciada aos 17 anos, os conceitos investigados foram o tempo e a memória. As linguagens escolhidas foram pintura e a gravura por meio de objetos (alguns aleatórios, outros não) oxidados. As relações de contato que deixam marcas, a presença percebida por meio da ausência. Aproximação e distanciamento. Na especialização em Poéticas Visuais, juntaram-se os campos conceituais da paisagem e a relação do espectador da obra.